CARLOS
GERALDO D'ANDREA (SARNO) ESPINHEIRA (Gey)
- Necrológio -
Este
espaço é ambíguo: celebra a vida e celebra a morte. Podemos dizer também, que
ele é complementar, pois vida e morte, quem há de separar ?
De
Poções para o Mundo. Assim Foi a trajetória do meu primo Gey. Primeiro ele
procurou entender o mundo, depois procurou transformá-lo. Para prejuízo nosso,
ele entendeu o mundo mais do que conseguiu transformar.
Mas
a ação social, política e humana de Gey tende a se multiplicar. Seus numerosos
alunos são quase como seguidores, pois possuem a mesma chama que alimentava a
energia de Gey.
Ele
se foi, e ficamos nós sem ele, mas com o mundo que ele tanto curtiu. Era tanto
da Academia quanto do Carnaval, tanto do clássico como do popular, tanto do
interior como da capital.
Aquele
menino que badocava em Poções não se deslumbrou com o mundo, pois ele percebeu
desde cedo que o mundo não era as coisas, mas as pessoas. A Sociologia foi para
ele o instrumento para entender como as pessoas se relacionam entre si e como
se relacionam com as coisas.
Amável,
solidário e desprendido, este era o Gey que muitos conheceram e amaram.
Esgrimia
um conhecimento sólido e uma inteligência aguda. O argumento, o raciocínio era
uma seqüência de dados e conclusões objetivas, ele não era, seguramente, um
metafísico.
Gey
das caçadas, Gey da Festa do Divino, Gey do Pelourinho, Gey das farras
intermináveis pelas ruas e madrugadas de Oropa, França e Bahia.
A
família sempre se orgulhou de suas aparições públicas. Lembro minha filha
Vanessa, ainda pequena quando me chamava: "- Papinho, venha ver tio Gey na
televisão !"
E
lá estava ele, com seus olhos penetrantes e sua imensa barba branca, que
acariciava com prazer. E dizia coisas que todos concordavam, pois era um
estudioso sério nas suas análises e conclusões.
Gey
cidadão soteropolitano, recebendo emocionante e merecida homenagem na
Câmara Municipal da cidade que ele tanto se dedicou.
Foi
assim o nosso Gey.
Nossas
lembranças passam como um turbilhão por Poções, Jequié, a casa de Dr. Ruy,
Iracema, a fileira de irmãos, que estão até hoje na fachada da casa na Rua da
Itália, em Poções, na forma de pequenos pinheiros.
Convivemos
a meninice, a juventude, a maturidade e a imaturidade!
E
tudo gira, tudo roda e o centro deste redemoinho está aqui agora, dizendo
para nós: “- já fui...mas foi a
contragosto !”
PS- Gey é bisneto de Francesco Sarno, primeiro
da família que veio para o Brasil)
Eduardo
Sarno
17.03.09
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