22 julho 2009

Primeiro Sarno na Bahia

Francesco Sarno (1864-1948) (foto) , também conhecido como Chico Sarno, foi o primeiro da família que veio para a Bahia, em companhia do sogro.
Depois de um percurso que começou em Manaus, veio a estabelecer-se com casa comercial em Poções, em 1896.


Foi casado com Carmela Orrico, de Trecchina. A esposa nunca veio ao Brasil. Tiveram quatro filhos, e todos estiveram no Brasil : Rosina (*1891-+1982), Matilde (*1893-+1968)), Marianinna (*1894-+1980) e Vincenzo (*1909-+1988).
Francesco Sarno era natural de Mormanno, e faleceu em Trecchina.
Ele era irmão de Fedele Sarno (*1860- +1942), que nunca veio ao Brasil, mas mandou 7 dos seus filhos : Vicente(*1893-+1975), Corinto (*1899-+1970), Luis (*1907-+1994), Valentim (*1902-+1990), Emilio(*1904-+1977), Rosina (*1911-+1973) e Camilo(*1909-+1995).
Toda a descendência Sarno na Bahia provém destes dois troncos.

Eduardo Sarno
22.jul.09

Documento curioso: arroba


Mesmo para as pessoas mais idosas não é comum terem conhecido um documento original onde se usava o símbolo @ com o significado de 15 quilos.
Nesta "Guia de Cargas", o Sr. João Liguori despachava em 1945, para V. Sarno & Irmãos, em Poções, uma carga de 29 volumes contendo 101 @ e sete quilos e meio de café "liquido". Devemos entender aqui não o café coado, mas o peso liquido do grão, sem as sacas, ou possivelmente sem os “panacuns” de couro, onde o produto era transportado.
Poções é designada na Guia como "Djalma Dutra", denominação que tinha na época, mas que posteriormente foi mudada, retornando a seu primitivo nome.
A mercadoria foi despachada de Água Vermelha, em Iguaí que naquela data não era ainda um município, mas sim um Distrito de Poções. Esta região, chamada “da Mata” possui terras consideradas extremamente férteis.

O portador tinha o nome apropriado de Maçú Tropeiro, e o gerente chamava-se Leonardo Alves Santo, que já mudou o nome do patrão para “Liquori”, num erro etílico.
A Guia de Cargas era numerada e proveniente de uma "Secção de Exportação" e o Sr. João Liguori se apresentava como "Importadores e Exportadores". O circuito da mercadoria era de Iguaí ( ou outra região limítrofe), Casa Sarno e exportadores em Salvador. Ou como indica a guia: Iguaí – Poções – Bahia, sendo que “Bahia” era a denominação genérica de Salvador, a capital.
Este documento é um testemunho da organização comercial que os italianos tinham na região e do relacionamento entre eles. Esta forma de associação ou parceria comercial entre italianos permitia que tivessem representantes a baixo custo em diversas cidades, priorizando o roteiro interior-capital.
Eduardo Sarno
21.07.09